QUATRO EM CADA DEZ INDÚSTRIAS BRASILEIRAS RELATAM FALTA DE MATÉRIA-PRIMA, DIZ FGV

Mesmo com a flexibilização das medidas restritivas contra Covid-19 adotadas no Brasil ao longo dos últimos meses, a retomada da indústria brasileira ainda sofre para recuperar o fôlego, em função da falta de matéria-prima.

Dados do levantamento divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta semana apontam que quatro em cada dez indústrias brasileiras relatam escassez de insumos essenciais para a continuidade da cadeia produtiva e, portanto, são obrigadas a reduzir o volume de fabricação.

Os insumos mais importantes para a indústria brasileira são o aço e o plástico, segundo a pesquisa. E ambas as matérias-primas estão em falta no país. De acordo com a coordenadora das Sondagens da FGV Ibre, Viviane Seda, os insumos estão presentes em quase todo processo industrial no país.

“O aço e o plástico são fundamentais para a indústria brasileira como um todo. E o aço ainda consegue ser mais importante do que todos os outros materiais, já que faz parte da cadeia produtiva de quase todas as indústrias nacionais. A construção civil é um setor que sofre com essa falta de insumo, por exemplo”, explicou.

A pesquisadora da FGV também explicou à CNN que apesar do cenário ainda ser ‘crítico’ no país, a situação de importação dos insumos melhora gradativamente entre as fábricas do país. Ela destaca que em julho de 2021, metade das indústrias enfrentavam escassez de matéria-prima.

“Estamos acompanhando essa falta de insumo desde 2020, início da pandemia. No ponto de vista de evolução, nós temos uma melhora no volume de matéria-prima nos últimos meses, mas ainda temos um número muito aquém dos parâmetros pré-pandêmicos. O pior cenário foi em meados de 2021, quando quase metade de todas as indústrias tiveram problema com essa escassez”, ressaltou.

Em função da falta de insumo para a produção nacional, o levantamento mostra uma desconfiança do setor industrial sobre o futuro econômico do país. Segundo a FGV, os empresários do segmento enxergam uma recuperação convincente apenas no fim de 2022.

Fonte: CNN Brasil